Comemoração

Grupo de dança atrai visitantes ao Casarão 6

Com a performance do Projeto Caminhos da Dança de Rua, dos alunos do Centro de Artes da UFPel, crianças e adultos se deixaram envolver com o clima de interação entre música, corpos e a arquitetura

Gabriel Huth -

Dentre todas as características mais marcantes de Pelotas, talvez a única que não esteve presente na tarde deste sábado (19) foi o frio que geralmente torna a paisagem cinza e úmida, típica deste período do ano na cidade. No entanto, todo o mais lá estava, no Centro: os casarões, a Praça Coronel Pedro Osório, o Mercado Central e, principalmente, as pessoas. Sem as nuvens, com o sol brilhando forte e a temperatura amena, foi o convite perfeito para que muita gente curtisse a quinta edição do Dia do Patrimônio.

De portas abertas, prédios históricos que geralmente recebem alguns poucos visitantes por vez tiveram um dia de fluxo intenso de público. De todas as idades. Desde jovens que chegam agora para estudar e matam a curiosidade com seus celulares em mãos para selfies e vídeos, passando por visitantes de muito longe que se encantam com as memórias contadas pelos guias locais.

Parados em frente ao Casarão 8, um grupo com cerca de 20 turistas do Paraná e Mato Grosso ouvia atento as características do imóvel, especialmente as explicações sobre a claraboia de ferro com vidros coloridos que ilumina o hall no interior. “Viemos à cidade para um congresso e estamos aproveitando o dia para conhecer o patrimônio. É muito interessante saber das inúmeras histórias que existem aqui”, disse o bombeiro militar Sílvio Aparecido de Souza, 35, de Foz do Iguaçu.

Porém, é observando as reações do público dentro dos prédios que se nota a maior importância dos três dias de estruturas abertas à visitação. Enquanto assistiam a uma performance do Projeto Caminhos da Dança de Rua, dos alunos do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), crianças e adultos se deixaram envolver com o clima de interação entre música, corpos e a arquitetura do Casarão 6. “Ouvimos aquele som que nos deixou curiosos e chegamos até essa dança aqui no pátio. Achamos bem interessante. Uma pena que isso ocorra só durante três dias e uma vez por ano. Poderia se pensar em ampliar”, comentou a professora Cristiane dos Santos, 39.

Coordenadora da Câmara de Extensão do Centro de Artes da UFPel e professora do Curso de Dança, Carmen Hoffman disse que a ideia de unir a dança às paredes cheias de história do Centro da cidade é justamente essa: envolver a comunidade com o patrimônio. “É uma forma de dar um significado poético à arquitetura e instigar os sentidos.”

Primeira vez
Se para os visitantes a primeira visão do casario impressiona pelos detalhes físicos e memoriais que despertam, também para muitos moradores locais a sensação é parecida. Famílias inteiras de pelotenses tiveram a oportunidade inédita de circular pelos cômodos onde viveram célebres personagens.

Um ótimo exemplo disso está na união de três gerações que durante anos só admiraram o conjunto arquitetônico do entorno da Praça Coronel Pedro Osório pelo lado de fora. Ao lado da filha Nara, 58, da neta Maria Gabriela e seu colega Felipe, de nove e seis anos, a aposentada Ilma Cruz, 80, estava encantada. “É a primeira vez que viemos, sempre faltou a oportunidade. Conhecia apenas o Museu da Baronesa e gostaria muito de ver tudo, mas tem que pagar, né?” Não, Dona Ilma, até o final das atividades promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), no domingo, é tudo de graça. “Que boa notícia! Vou conhecer mais um pouco, então”, animou-se.

O Dia do Patrimônio encerra neste domingo (20). Os prédios históricos permanecerão abertos ao público das 10h às 17h. Diversas outras atividades multiculturais são realizadas simultaneamente pela cidade. A programação completa pode ser conferida aqui.

 

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